23 de março de 2010

Quando fechava os olhos, já assistia as estrelas. Quando os abria, já era uma típica manhã gelada. Levantar devagar não dava uma sensação de segurança, mas o fazia porque precisava acostumar a visão ao claro extremo que a janela expunha. Aquela luz a machucava logo cedo, mas com o passar das horas ela já não era incômoda, pois os olhos acostumavam. Era assim que seu sistema, como um todo, funcionava. O susto e a dor depois de um tempo criavam um espaço satisfatório e faziam com que se acostumasse com a situação. E aí a luz ia embora, e os olhos novamente perdiam o costume à claridade. Então ela voltava... E recomeçava tudo novamente. Era uma coisa completamente inevitável... Mais forte que ela. Como poderia lutar com uma força natural? Um instinto, uma sobrevivência? Novamente, era inevitável.