4 de fevereiro de 2011

Havia pessoas em Londres que notavam o semblante solitário da mulher de cabelos escuros. Porém, da mesma maneira que era correspondida por poucos, muitos não a notavam. Era certo que a mesma não queria a atenção de desconhecidos, mas o reconhecimento que poderia partir de uma só pessoa não viera. Subitamente, reconheceu que não precisaria mais de olhos coloridos, só precisaria da cor dos seus próprios olhos. O vento que tanto desejara sentir, que tinha medo de perder e de não ser como nos sonhos, ali estava, presenteando seus cabelos com seu frio. Era hora de sorrir, ela sabia disso. A porta havia sido fechada e, nem por isso, ela não abriria outra. Só que para isso, queria que fosse sincero. Não é porque existiam lágrimas, que essas deveriam ser derramadas, portas batiam a toda hora e pessoas surgiam, entravam, saíam e, até mesmo, trancavam as mesmas. Ela não queria trancar a porta, mas também não queria que ninguém entrasse e, acima de tudo, não queria entrar em outra, enquanto não fosse verdadeiro.