25 de maio de 2012

Foi mais um dia comum, mas um dia em que eu era minha outra essência. Uma essência perdida que brotou devagarinho, chorando letras, chorando palavras, barulho, sentimentos, outra vida. Nos devaneios fiquei escutando aquele barulho de pessoas, aquela gente toda correndo, turbuleta, em uma pressa tão doída e agoniante que dava vontade de ficar parada em um cantinho só para admirar. Foi nessa pressa toda que passou no ar a essência e eu peguei, pra não deixar escapar. É que ela vai, vem, não tem dia para aparecer. Havia aparecido naquele dia, sumiu, voltou hoje. E voltou quietinha, deixando só uma coceirinha de quem vem para que eu apenas me lembre que tive outra vida há apenas alguns anos atrás. Não era exatamente outra vida, mas a essência (aquela que eu capturei voando no ônibus) foi outra, o que acabou mudando o resto do que viria. O que veio foi força, foi futuro, planejamento e estruturas. Será que valeu mesmo mudar a essência sem saber? Será que valeu deixar tanta coisa que me fazia bem para trás porque minha essência se perdeu? Hoje construí uma nova mas não sei se ela deve ser exatamente assim. É tanta política para uma coisa tão subjetiva que parece que meus valores se foram junto com a essência. Quero sentir esse cheiro, esse pedaço e essa coisa que me foge tantas vezes com mais frequência...