
Ela aprendeu a não caminhar de cabeça baixa, onde só enxergava seus pés, e sim com o rosto erguido para olhar todos como seus iguais. Demorou muito, mas também aprendeu a todo custo que decepções eram inevitáveis e extremamente dolorosas, aquela dor não doída, que fica na garganta por tempo indeterminado até que se esqueça dela. No tanto que andava sozinha ali, não avaliava mais a mente humana, pois sabia que conhecimento limitado só limitava suas expectativas. Surpresas a consumiam e a sua frase a respeito de choros era a velha “Não sei”. Mas no fundo sempre soubera e sempre saberia, bastam motivos para se sentir triste e lágrimas dispostas a cair que sua armadura estava ali, ocultando a parte sensível e secreta de si. Decepções são inevitáveis, ilusões são inevitáveis. Olhos fechados por um instante são um perigo. Perder muito tempo ou pessoas pode ser muito frustrante. E ela sabia disso.