13 de abril de 2009

E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei.


Seus cabelos negros e ondulados absorviam o frio do fim de tarde Londrino. Sentia suas mãos frias, e ocupava-se em pegar as luvas em sua bolsa. Entrara no mesmo café que freqüentava todos os dias no início da tarde e de lá só saíra quando o céu, outrora cinza, tornava-se mais escuro. O relógio de parede marcava 19 horas, e sabia que precisava ir. Carregava consigo seu casaco longo de lã batida, seu cachecol vermelho e um cappuccino. Protegeu o rosto do vento e continuou caminhando em uma Avenida, sozinha. Sonhou em mais uma vez encontrar aquele que um dia foi o grande amor da sua vida, e ao som de seus passos, compôs um ritmo doce que lhe trazia inúmeras lembranças. Chegou àquela casa escura, pequena e de portões clássicos, acompanhou o sentido das pedras que faziam um caminho até sua entrada, e sentiu o clique da porta. Entrou, olhou para o hall e soltou a chave em uma mesa. Inspirou o ar suave e intenso que havia naquele cubículo e teve segurança de que realmente, ali era seu lugar.