
Logo que acordou, relembrou os fatos anteriores. Sentou-se na cama, colocou as mãos no rosto, cruzou as pernas, e balançando uma delas freneticamente, tentou despertar. Não conseguia tomar seu café da manhã, nada parecia lhe fazer bem, contornou a mesa e seguiu para a sala, ligando a televisão no noticíario. Seu sistema emocional ficara abalado e ela sabia que não querer olhar para o passado seria a pior solução. Levantou-se, colocou seu casaco e sua blusa mais quente, e voltou àquele mesma rua do outro dia, aquela mesma rua que horas antes era um lugar estranho e indiferente, e que agora se tornava um lugar completamente palpável pelos seus sentidos humanos. Lugdate Hill. Saint Paul. E o desconhecido. Não ter conhecimento de absolutamente nada do que passa em si mesma doía, era uma espécie de tortura a corroendo por dentro, e à ele, tinha consciência que nada daquilo tinha tamanha importância… E assim tudo tomava um caminho. Já naquele lugar, sentou-se, e novamente olhou para seu céu, sua pupila em dilatação com a claridade que cega, e nada aconteceu. Nem mesmo uma folha havia caído como no dia anterior. Só então se deu conta de que o mais fascinante de tudo, jamais iria se repetir. Fechou os olhos, inspirou profundamente, e sentiu aquele velho e doce cheiro do inverno. Apalpou o chão que pisava sem sentir, e ali encontrou a terra que tanto sonhava, sem ao menos lembrar.